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Avanço da fibra óptica, análise de dados e expansão da nuvem: os resultados da pesquisa TIC Governo Eletrônico

Imagem: Banco de Imagens
Imagem: Banco de Imagens

Recentemente, o Comitê Gestor da Internet no Brasil — CGI.br — divulgou a nova edição da pesquisa TIC [Tecnologias da Informação e Comunicação] Governo Eletrônico. Trata-se de um importante documento, já que apresenta um amplo levantamento sobre o uso de tecnologias por órgãos públicos, governos estaduais e municipais. Ou seja, é um retrato preciso de como o setor público vem utilizando inovação para aumentar a transparência e a eficiência dos serviços prestados à população.

A apuração é feita pela metodologia censitária e se divide em duas unidades de análise: a primeira, com órgãos públicos federais e estaduais dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público. E a segunda, com as prefeituras. Também são entrevistados gestores de tecnologias da informação e comunicação de órgãos públicos das três esferas federativas e dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público.

Os indicadores apresentados na pesquisa são:
- Infraestrutura de TIC existente nos órgãos públicos;
- Utilização de TIC para gestão;
- Oferta de serviços públicos nos meios digitais;
- Uso de TIC para o acesso à informação pública e participação (e-participação);
- Uso de TIC na gestão urbana.

Predomínio da fibra óptica
De acordo com a pesquisa deste ano, o principal destaque foi a expansão das redes de fibra óptica, o que beneficiou diretamente a modernização do setor público. De 2017 a 2019, houve um importante aumento no número de órgãos públicos federais e estaduais e de prefeituras que obtiveram acesso à internet por meio dessa tecnologia.

Ao todo, 94% das instituições federais e estaduais citaram a fibra óptica como forma de conexão à internet, ao passo que a tecnologia foi mencionada por 73% das prefeituras. A pesquisa mostrou um aumento significativo nos municípios com até 100 mil habitantes. A proporção de prefeituras com conexão via fibra óptica e com até 10 mil habitantes foi de 32%, em 2017, para 63% em 2019. Já entre os municípios entre 10 mil e 100 mil habitantes, este índice subiu de 52% para 79%.

Essa forma de conexão está mais presente nas prefeituras da região Sul (89%), seguida por Sudeste (77%), Nordeste (66%), Centro-Oeste (58%) e Norte (54%) — uma disparidade que chama a atenção.
 
Maior presença online
Poder público mais conectado significa maior presença digital. De acordo com a pesquisa, em 2019, 85% dos órgãos públicos federais e estaduais e 82% das prefeituras tinham perfil em redes sociais. Já a presença online por meio de websites atingiu 95%, tanto entre os órgãos públicos federais e estaduais, como nas prefeituras.

No entanto, ainda é lenta a adesão do setor público a novas tecnologias para atender melhor os cidadãos. Conforme o estudo, menos de 10% dos websites de órgãos federais e estaduais disponibilizaram atendimento em tempo real, seja por meio de atendentes (chats, 6%), de chatbots ou assistentes virtuais (7%).

Entre os órgãos com perfis em redes sociais, 18% declararam oferecer atendimento em tempo real, e apenas 9% disponibilizam chatbots ou assistentes virtuais em suas redes. Já entre as prefeituras, 13% dispõem de atendimento via chats em seus sites, e 16% nos perfis ou contas em redes sociais.
 
O judiciário e órgãos federais adotam a nuvem
No campo de serviços baseados na adoção de novas tecnologias, o mais utilizado pelos órgãos federais e estaduais com departamento de TI foi o e-mail em nuvem (36%) – o que significa um crescimento de 11 pontos percentuais em relação a 2017. A maior adesão ao serviço aconteceu entre órgãos do Poder Judiciário (de 15% em 2017, para 40% em 2019) e órgãos federais (de 19% em 2017, para 40% em 2019).

A nova edição da pesquisa trouxe um indicador inédito: o uso de dados por órgãos públicos federais e estaduais. Ao todo, 23% utilizaram análise de big data para a tomada de decisões nos últimos 12 meses. O Ministério Público foi o órgão que mais adotou essa tecnologia, com 62% no âmbito nacional e estadual; órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário usaram 20%, 55% e 26%, respectivamente.

Em suma, a pesquisa TIC Governo Eletrônico traz avanços, mas também apresenta os desafios de grandes proporções que o país terá de superar no processo de digitalização do poder público.

Em termos estruturais, é preciso criar mecanismos para que prefeituras do Norte e do Centro-oeste consigam aderir à tecnologia da fibra óptica, ampliando assim sua presença online e a eficiência dos serviços prestados. Já em relação às regiões em que essa presença é maior, ainda há muito espaço para avanço e interação em tempo real. Prefeituras que têm serviços eletrônicos progridem lentamente em transações online completas, ou seja, a prestação de serviço que inicia e é finalizada pela internet. Superar esses gargalos é fundamental para que a inovação no setor público faça a diferença na vida de todos nós.

fonte: BrazilLAB