Estimativa aponta safra recorde de 261 milhões de toneladas
Segundo o LSPA, montante é 3,3% acima da safra obtida em 2021
A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 261,5 milhões de toneladas em 2022, de acordo com a estimativa de abril do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado na última quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este montante é 3,3% acima (ou 8,3 milhões de toneladas) da safra obtida em 2021 (253,2 milhões) e 1% acima da estimativa de março (2,5 milhões).
“A safra de verão nas lavouras do Centro-sul do país sofreu com questões climáticas, o que levou à redução de estimativas de produção. Mas com o retorno das chuvas em janeiro, houve recuperação de algumas lavouras”, explica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
Principal mercadoria do país, a soja teve a colheita praticamente finalizada nos principais estados produtores, e apresentou aumento 2% no volume de grãos em comparação ao mês de março. Ainda assim, a produção nacional deve atingir 118,5 milhões de toneladas, uma redução de 12,2% na comparação com 2021. “Como dito anteriormente, é uma safra marcada por efeitos climáticos adversos, com registro de forte estiagem durante o desenvolvimento da cultura”, justifica Carlos Barradas. Na região Sul, a mais afetada pela questão do clima, a estimativa de redução no rendimento médio da soja já alcança 46,2% na comparação com o ano anterior.
A estimativa da produção apresentou alta em comparação com 2021 em quatro regiões: Centro-Oeste (11,7%), Sudeste (11,4%), Norte (5,2%) e Nordeste (9,9%), com queda para a Sul (-14,5%). No confronto com a estimativa de março, as cinco regiões apresentaram crescimento na estimativa da produção: Centro-Oeste (0,8%), Sul (1,0%), Sudeste (1,7%), Nordeste (0,8%) e Norte (1,5%).
Entre as unidades da federação, as principais altas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, foram em Goiás (mais 1 milhão de toneladas), no Paraná (624,9 mil), em Minas Gerais (271,6 mil), em São Paulo (191,7 mil), no Ceará (140 mil) e em Rondônia (104,5 mil). Já as quedas de destaque ocorreram em Alagoas (menos 15 mil toneladas) e na Paraíba (menos 3,9 mil).
O Mato Grosso segue o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 30,5%, seguido pelo Paraná (13,9%), Goiás (10,7%) e Rio Grande do Sul (9,0%).
Fonte: IBGE, adaptado pela equipe feed&food.