Unidade de infraestrutura óptica da Oi vai comercializar também a rede de acesso
O diretor de atacado da Oi, André Telles, afirmou nesta segunda-feira, 20, que a operadora vai abrir também sua rede FTTH (fibra óptica) a terceiros. Segundo ele, o objetivo da empresa é atuar fortemente como empresa de infraestrutura neutra, e isso envolve o backbone, o backhaul e a conexão de última milha.
O executivo participou de live realizada pelos sites Mobile Time e Teletime nesta manhã. No evento, detalhou um pouco mais do projeto de separação estrutural da Oi. Este prevê a criação de uma unidade independente que vai reunir todos os ativos de fibra óptica (Infra Co.), e outra unidade (Client Co.) que ficará com a carteira de clientes de banda larga, telefonia fixa e TV paga. A modelagem ainda precisa do aval de credores e homologação da Justiça, uma vez que a Oi passa por recuperação judicial.
A Infra Co. vai alugar sua rede para a Client Co., mas poderá também fechar contratos com empresas que atualmente são vistas como rivais da Oi no mercado de acesso. O executivo lembrou que a Oi (Infra Co.) tem 6 milhões de homes passed (casas aptas a assinar o serviço de banda larga por fibra óptica). Uma parte disso poderia ser monetizada sem participação da Client Co.
Dados de maio reunidos pela Anatel indicam que, desses 6 milhões de HPs, a Oi obteve 1,48 milhão de usuários até o momento – cerca de 25% de ocupação. Ou seja, há espaço para que outros revendam os pontos que a empresa não conseguir comercializar.
Retorno rápido
Segundo o executivo, a Infra Co. vai procurar todo tipo de acordo para rentabilizar rapidamente os ativos que possui. Se um provedor de banda larga já tiver rede de acesso e quiser firmar parceria para uso do backbone, apenas, será possível. E se não tiver, também conseguirá operar. “Não tenho rede, mas quero atender os clientes com a rede fim a fim da Oi. Dá pra fazer negócio? Dá”, exemplificou.
Ele reafirmou o que Rodrigo Abreu, o CEO da Oi, disse na época do anúncio da proposta de separação estrutural no mês passado. A intenção é fazer da Infra Co. uma rede neutra, capaz de prestar serviço a qualquer prestadora de serviço de telecomunicação.
“Essa empresa vai prestar serviço para todas as outras de forma isonômica e neutra. A rede é compartilhável, e o investimento feito pela Infra Co. precisa ser retornável. Quanto mais parceiros e operadores estiverem nessa rede, antes retornamos o investimento”, ressaltou o diretor de atacado da companhia.
Segundo Telles, a Client Co. também terá liberdade para buscar outras redes além daquela detida pela Infra Co. para vender seus serviços de banda larga fixa. “Não tem exclusividade. A Client Co. vai usar a Infra Co., mas é possível também que utilize a infraestrutura de outros parceiros para prestar serviços para os clientes da Oi”, acrescentou.
fonte: Telesíntese, escrita por Rafael Bucco